MG: técnico de handebol é denunciado por abuso sexual contra adolescentes
O treinador também foi indiciado por injúria racial contra um adolescente em 2023 e está foragido
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Siga noUm técnico de handebol em Pompéu, na Região Central de Minas, foi alvo de duas denúncias do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por maus-tratos e violência sexual contra adolescentes que eram treinados por ele. O homem, de 34 anos, está foragido desde maio de 2024. Ele já havia sido indiciado por injúria racial em 2023.
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Em uma das denúncias, oferecida na última sexta-feira (4/4), a promotoria de Justiça do município afirma que o suspeito cometeu abusos sexuais e violências físicas e psicológicas contra nove adolescentes, com idades entre 13 e 17 anos, entre 2017 e 2021. Dentre as agressões que cometia, o treinador dava tapas nos rostos das jogadoras, especialmente quando o time perdia.
“O denunciado exigia que as vítimas realizassem suas vontades, dentro e fora das quadras, sob pena de excluí-las dos grupos dos atletas e das promessas esportivas, criando um ambiente hostil entre os adolescentes”, consta a denúncia. As investigações apontam que o técnico tinha um comportamento manipulador e exercia controle emocional sobre as atletas.
Na outra denúncia, também na sexta-feira, a promotoria de Justiça de Pompéu diz que o treinador, que era fundador de uma associação esportiva na cidade, recrutava adolescentes do estado e do país com a promessa de garantir alojamentos e alimentação. No entanto, além de não oferecer abrigo e comida adequados, o suspeito submetia os jovens atletas a abusos como violência física, chantagens, xingamentos e abusos sexuais. Ao todo, a denúncia revela que foram 14 vítimas.
"Apurou-se também que o denunciado constrangia os atletas com promessas de ascensão profissional para obter favores sexuais", afirma trecho da denúncia. O técnico também prometia dinheiro, celulares e indicação em times estrangeiros.
As investigações revelam que se os jovens não cedessem às pressões do treinador, eles sofriam punições e eram ridicularizados diante de outros atletas. "O denunciado exercia controle emocional sobre os adolescentes e, aproveitando-se da pretensão profissionais deles, exigia que realizassem suas vontades, dentro e fora das quadras, com ameaças de tirá-los do time e de acabar com suas carreiras”, afirmou a promotora de Justiça Lohana Cavalcanti Costa.
Inquérito
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) iniciou as investigações contra o treinador após circularem nas redes sociais vídeos dele desferindo um tapa no rosto de um adolescente de 15 anos. Na época, em nota, o Conselho Tutelar informou que conselheiros estiveram no alojamento acompanhados pelos militares e fizeram contato com familiares.
Na data dos fatos, a Federação Mineira de Handebol suspendeu o treinador temporariamente. Ao todo, a entidade recebeu 130 denúncias envolvendo o profissional.
Injúria racial
Em 2023, o mesmo treinador foi indiciado por o injúria racial contra um atleta dos Jogos Estudantis de Minas Gerais (JEMG) realizado em Pompéu. Nas gravações, é possível ouvir falas como "preto", que Sete Lagoas "é um esgoto", além de falas como "voltem pra favelas pobre!" e "nós temos dinheiro", dentre outras ofensas.
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Na época, time e o técnico se posicionaram por meio de uma nota conjunta. O treinador afirmou que “nunca teve a intenção de causar ofensas ou menosprezar qualquer pessoa, muito menos racialmente” e declara que “espera que tudo seja esclarecido em seu tempo.”
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata